terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Conhecimento obtenível pela intuição, mas que auxiliado pelo texto eu realizei.

Paradigma da Física Quântica: a "realidade" depende do ponto de vista, e no limite todos os resultados a um experimento são possíveis.

A Física Quântica, por sua vez, sugere que os átomos não são realmente coisas, são probabilidades ou tendências que surgem em relação a nossa observação, isto é, a percepção e objeto são interdependentes, os átomos não têm existência absoluta ou separada de nossa interação com eles (ao menos em grande parte das interpretações, como a de Heisenberg e Bohr). Assim, tudo o que chamamos "coisas" está feito de "não-coisas", e portanto é absurdo falar que há um mundo objetivo, concreto e material lá fora.

Avydia: ignorância ou desconhecimento da natureza una da consciência (isto quer dizer que as pessoas têm mente com mesma frequência e a comunicação de pensamentos e emoções é possível,sim!)

O budismo defende que o corpo é criado pela mente, especificamente pela confusão (avidya) que é produzida quando a mente não se reconhece como a fonte de todos os fenômenos que surgem. O universo por natureza é criativo, e fenômenos estão constantemente surgindo - o que o budismo ensina é que estes fenômenos são correspondentes à mente, são não-duais com a cognição. O processo de materialização é produzido quando a mente concebe esta criatividade/cognitividade (luz/consciência indivisível), que é infinita, como algo separado de si mesma. Assim surge o constructo sujeito-objeto que dá lugar ao samsara.

O mundo material é manifestação residual de movimentos noutra realidade.

Todas as aparências sempre são nada mais do que o ornamento da pureza primordial e a espontaneidade luminosa. Quando a cognitividade luminosa da sabedoria inata se confunde e percebe a si mesma como uma entidade subjetiva(=dual, dicotômica entre sujeito e objeto), veste-se de um corpo, um mundo, um reino... 

A mente desencarnada nos reinos loka

Ao morrer, segundo ensina o budismo tibetano, a consciência separa-se do corpo e entra em espaços intermediários chamados bardos, onde se apresentam diferentes imagens que são projeções da mente, nas quais se tem a oportunidade de reconhecer a "luz clara", esta cognitividade luminosa que é a manifestação primordial (o Dharmakaya). Todavia, poucos são capazes de reconhecer os próprios fenômenos de sua mente, por questões kármicas e por falta de prática. Assim, depois de um certo processo, a mente se identifica com uma das imagens que aparecem e toma um corpo, por exemplo, vê um casal tendo intercurso sexual e se identifica com a mulher ou com o homem e então encarna. 

Budismo in a nutshell: a vacuidade cujo karma é nulo está descompromissada com  a separação entre sujeito-objeto.

Um sofrimento que emerge da carência de plenitude do estado primordial da mente, que é integração em si mesmo da totalidade (diz-se que o corpo búdico é a totalidade do universo como desprendido de sua própria energia). A não-dualidade necessariamente anula a formação de um sujeito e um objeto, de alguém que percebe e de algo que é percebido. Existe um estado, que é a própria realidade, no qual há cognição, há gozo, há existência mas não há nenhuma separação (não há um eu com seu universo de objetos) e portanto não há sofrimento nem desejo. O universo segue aparecendo, despregando-se em sua infinita variabilidade, mas estas aparições são a unidade indivisível da cognição (vidya em sânscrito, rigpa em tibetano) e a manifestação, ou a unidade da luminosidade e do espaço. A forma é vacuidade; a vacuidade é forma.



Síntese: a manifestação do espírito em forma de matéria consiste em desengano guiado por desejo e karma, que produz o desprendimento do vácuo-uno, criando sujeito e objeto.

O jogo de causa e efeito condiciona esta energia para que apareça como formas. Estas formas são nosso mundo e ser. O mundo, e todos os mundos, coincidem com a essência da cognitividade [awareness], que é não-nascida e imortal, e está absolutamente livre das implicações da forma e do limite. O mundo manifesto não é outra coisa que a essência, mas esta essência não está limitada pela forma ou pelas condições dos mundos manifestos. Alguém poderia dizer que o mundo e todos os mundos sustentam-se como forma pela intenção condicionada e habitual da consciência. Nosso mundo particular se sustenta conjuntamente pela intenção dos seres humanos. Os mundos de outros seres sustentam-se pela força de sua intenção condicionada. As estruturas da existência não são "reais" em um sentido último. São não-realidade públicas, sonhos lúdicos esculpidos pela essência e modelados como formas. São a irradiação da potência pura, momentaneamente esculpidos pela intenção e mantidos em um padrão aparentemente coerente pelo karma ou os padrões da consciência habituada.

Traduzido e adaptado de: http://pijamasurf.com/2016/12/como_la_mente_crea_el_cuerpo/

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