segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Estagnado

Meus pensamentos me machucam como caminhar através de um labirinto de espinhos.

O meu desconforto é tal que, para me resguardar de uma vida sem significado, precisei criar uma ontologia espiritual-religiosa que me atribuísse sentido à existência, mas com isso me envolvi num casulo que, não sei se, orgânico, vai me nutrir e dar vida a uma borboleta, ou se, mineral sólido, me engessa e sufoca.

Se a faculdade da reencarnação me entedia da vida, o karma, onisciente e inquisidor, me impede a ação, e, nesse meio, o satanismo,  terrestre e carnal, ilude como a última dose para um alcoólatra sem vontade.

Porque talvez o mistério não exista senão na mente humana, e nós, que pensamos, o fazemos pela insalubridade herdada do instinto.

Mas se penso que a evolução das espécies coloca em evidência um plano de aperfeiçoamento da matéria e da consciência, e que não foi à toa que o pensamento ritual manifestou-se primeiro nos hominídeos, então aceito que há um propósito, com antes e depois, e assim posso me convencer de que o Acaso só acontece para aquele que está desatento.

Mas se me pego querendo visualizar auras humanas, pensando em espíritos Elementais (...) penso também que estou me induzindo à loucura - querendo ver coisas onde não as há.

A estrada posta à frente segue longa ao horizonte desconhecido.  Voltar atrás já não me satisfaz, e ficar parado aqui neste intermédio de deserto não tem valia alguma.

Mas como é difícil acreditar sozinho...!

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