Vairochana - natureza búdica absoluta, o senhor da Verdade |
Reconheço que embora sem nenhum significado intrínseco, a vida e a existência, no entanto, são “a parte de dentro de tudo o que existe”, e sendo assim, devem ser entendidas em contraponto ao não-Universo, à não-existência, à morte. Mas a “parte de fora de tudo o que existe” também é real. Eu indago, portanto, o que é aquilo que “se move, mas não se move” e aquilo que “está longe, mas também está perto?” Percebe-se um jogo de significados, em que o resultado do sorteio são as duas faces da moeda ao mesmo tempo, em um paradoxo. Mas a confusão não é à toa: busca-se confundir a cognição ao indicar a existência do que é transcendente à percepção realizada “pela via natural, em oposição a vias mágicas” (Ajdudwickz).
Refere-se à vida após a morte? Fala sobre reencarnação? Ressalta a existência dos fenômenos espirituais? Não somente. Talvez funde a necessidade de uma metafísica que leve em conta o conhecimento que não tenha como fonte apenas a realidade particular imposta pelo racionalismo, remetendo-se ao que é incomunicável intersubjetivamente. Asserções obtidas por contato com o “divino” ou a “verdade”, que podem ser percebidas pelos sentidos quando num estado muito particular: o de transe.
Deve-se considerar, enfim, Deus. Aquilo que não é visível. A Luz. Esta charada do Upanishad remete à existência daquilo que não se encontra personificado. O Princípio. O que antecede o cosmos. Se pensarmos na antropomorfização desta essência: O criador, por assim dizer.
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