As histórias fictícias de amor transmitidas pela literatura e novelas televisivas estão menos para inspiração mítica de amor supremo e sim para depuração do excesso de sentimentalismo presente na fértil imaginação do próprio escritor.
O autor do texto romântico compõe menos para inspirar jovens corações a buscarem seu amor ideal, e sim para esvaziar em palavras líricas a seiva bruta do sentimentalismo que transborda sua alma. Ele escreve para se livrar dos grilhões da idealização que, do alto da torre de todos os sonhos, lhe escravizam o sentimento. "Escrever é esquecer".
Mas, sem racionalizar que a literatura cria a realidade, o leitor-público, instado por uma realidade mais baixa que a do escritor, inspira-se no universo imaculado criado pela linguagem e, sem perceber, é hipnotizado por ilusões irreais.
O que de fato existe é a atração carnal de corpos humanos - olhares brilhantes, lábios sedutores, perfumes florais, calor e companhia humanos, mãos exploradoras e sorrisos magnéticos - o mais são amores supostos.
Gostei muito da última frase
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