quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Mais uma tarde no Vale.

Indo revelar na Conselheiro Crispiniano, volto pelo Vale e pauso para tirar foto do grafite. 



2 vendedores de água pedindo que eu ajudasse e comprasse uma garrafa de água, e em troca consentiriam que eu capturasse uma foto deles... De repente surge o Português com uma camisa pólo azul da Lacoste, e peço uma foto com ele.




Depois vamos eu e ele tomar uma Antártica Subzero na galeria, praticamente a 2 quarteirões do Vale do Anhangabaú. No caminho me diz que é corretor de seguros, que trabalha com macro-economia, e me mostra uma foto no celular de seu Renault ano 2016 recém adquirido.

Na lanchonete Kuroda deixamos nossas bolsas e vamos andar pelo centro, eu com minha câmera e o Português com sua "imunidade portuguesa".

Avenida São João





No Vale, ele com naturalidade se enturma num grupo de 1 cara e 2 minas que estavam fumando maconha. A simpatia, interesse mútuo e afinidade possibilitaram uma conversa agradável.

-Não se distrai muito, fica atento para ver se a polícia não vem.

 A mina diz que o Romeu-Portuga tem cara de civil disfarçado. O rapaz gosta da Pentax ME que trago nas mãos, pede meu Flickr e trocamos contatos no Whats.

O cara e as minas interessados na minha câmera, na minha conversa. Tirei foto deles 3. O Português vai embora para a galeria (afinal tínhamos dito ao rapaz que íamos voltar logo - rapaz que estava lá sentado e que guardou nossas bolsas debaixo da mesa ao lado do balcão).

O Português voltou, e eu continuei conversando com as garotos até tirar aquela foto que eu queria capturar delas. O menino foi embora (engraçado que pensei que eles eram 3 amigos e conhecidos, mas não passavam de citadinos transeuntes que pararam para fumar 1 beck juntos "no centro, na coletividade todo dia").



Conversei mais 1 pouco, fumei mais do beck, já pensando na abertura e distância focal da foto. Então aconteceu o momento fotográfico e captei uma olhando para a outra, com a de trás sorrindo, sendo que o rosto da primeira estava com efeito bouquet. Um momento fotográfico sensacional.

- Agora ele quer tirar uma foto só da gente, amiga.


Ela chamam um vendedor ambulante de garrafas de água para comprar:

-Tem o que aí, amigo?

Oferece do beck, ele se aproxima, e como a esse momento já havia juntado outro casal ao lado delas, eu sigo para a Galeria.

Voltando, o Português não estava lá, mas o rapaz que guardava nossos pertences estava. Sento com ele, conversamos, ele me serve cerveja e assim vamos numa intensa narrativa dele sobre a japonesa loira dele, que foi embora para o Japão...assunto interessante...chega o Português, mas vendo que não se encaixava no assunto (ele alguma vez se encaixa...??), diz que vai fumar 1 cigarro em frente à igreja dos escravos, etc.

Continuamos eu e o rapaz, ele fala, e fala sobre a japonesa dele, que ele falou uma par de merda para ela, que estavam saturados,etc e o assunto me estimulava duplamente: por se tratar de uma japonesa (fetiche) e porque estou numa situação de relacionamento semelhante.

O Português volta, vê que continuamos no mesmo assunto, sugere a mim que andemos para ir no Bin Laden, e eu vou. O que ele queria na verdade era se ver só comigo. Um movimento para deixar o bar.

O pórtico desse trajeto foi absolutamente improvisado, e nós estimulados por toda a paisagem urbana conversamos sobre condição de intelectual, física quântica, Filosofia das Cores (Rousseau). Me saúda como um intelectual, conversamos sobre etnografia e a importância da fotografia, os trabalhos da faculdade, que eu tenho que estudar mais... Quando adentramos de novo a galeria do rock pela 24 de Maio estávamos falando de Hermes Trismegisto, que o pai era o Sol e que a natureza experimentava nos seres vivos suas modalidades e evoluções...

Voltamos ao Kuroda. Conversamos sobre Rousseau e Fernando pessoa, e então ele diz que quer conhecer a "realidade universitária brasileira" e nos encaminhamos para o metro São Bento para tomarmos caminho para o Butantã. Me fala sobre sua imunidade: alem do sotaque e capital cultural ainda tem a dupla nacionalidade oficial. 

À altura da Praça das Artes entramos no grande salão, e eu tiro pelo menos 9 fotos do vale do Anhangabaú + Banespa com bandeira do estado de são Paulo. Colocou seu fone no meu  ouvido, e ouvi que escutava My Chemical Romance. Ele assobiava intensamente para atrair os pássaros. Depois viramos o resto da cerveja do copo plástico e deixamos a Praça das Artes.




 Algumas fotos de um prédio antigo com uma bandeira do MPL. Tirei 2 do Português e 1 da paisagem mesmo. Não sabia se era um pretexto dele para estimular minha criatividade artística ou se ele queria mesmo aparecer...



Depois, digo a ele como é o percurso até a USP e ele desencana: - não quero pegar metro. Diz que vai ao Bar do Bin. Nos despedimos, eu entro no metro São Bento e escrevo o relato.

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