sábado, 5 de dezembro de 2015

Você não sabe como é ser jovem, mãe (aos meus amigos Guilherme e Thaís)

A gente não quer ser ruim. A gente não é vagabundo, não é marginal. A gente só não sabe para onde ir. A gente sente falta de força, como se nada valesse a pena de ser feito. O custo das ações excede os benefícios, e a "vida" aparece como uma estúpida soma de possibilidades mesquinhas.

O que eu quero? Me aperfeiçoar. Como? Espiritual e pessoalmente. E eu tento. Mas o resultado sempre nunca é como o esperado. Ele nunca será. O problema sou eu querendo estipular níveis de satisfação e objetivos quando o resultado depende das outras pessoas também.

Falo aqui de conversas. Ontem eu quis socializar, e assim o fiz. Conversei com a "Fraya". Fui desrespeitoso? Fui agradável? Ela gostou de mim? Por que essas dúvidas tomam minha mente?

Por favor, apenas viva. Deixe de lado as expectativas e também as avaliações. Você bem sabe suas intenções, elas são boas e não buscam ferir ninguém. Você deve ser íntegro ao ser tudo o que você é, e autêntico em ser você mesmo 100% do tempo. Assim você será completo e irradiará a vida dos que vivem ao seu redor.

Mas, claro, isso é um aprendizado, e aos poucos eu me aperfeiçoo. É engraçado que eu não tenha conseguido elogiar o casal Guilherme + Thaís (na verdade eu os elogiei, sim, mas não de uma forma ideal - e o problema já está aí: pare, Leonardo, de estipular um padrão ideal de interações que estrangule a realidade): receio que eles vão achar que tenho inveja do relacionamento deles, e se ora cogito que Guilherme pode achar que estou comungando demais com /ele e a namorada dele\, ora acho que a Thaís vai pensar que eu me aproximo demais e roubo o espaço deles...

Por eu saber quão delicada seria uma questão assim, eu fico desesperadamente tentando a todo momento provar que não: que não estou querendo furar o olho de ninguém. Mas por que esse receio de que pensem algo que eu mesmo abomino e não aprovo? Porque esqueci de ser desapegado, ou seja, não respirei e não pensei racionalmente.

Isso é desagradável, e o pior: não é o tipo de pergunta cabível de se fazer. Não faz sentido eu chegar e perguntar:

- Vocês acham que sou "segura-vela"?

A dúvida no entanto ainda persiste. Receio porém que a resposta a esta questão, ela mesma já venenosa, um reflexo da minha personalidade insegura e frágil, será obtida ao "sentir as pessoas", ou seja, seu comportamento para além das palavras, e nas palavras aquilo que é dito nas entrelinhas...

De fato, gosto muito dos dois. Pelo Guilherme eu já sentia proximidade, interesse e compaixão desde antes, sempre gostei de estar ao lado dele; e a Thaís, uma mulher mais velha, sábia e de espírito jovem, divertida e atenciosa. Sim, é bom ficar ao lado dos dois, e nisso procuro, claro, dar o espaço e privacidade que merecem, afinal comparecemos juntos à festa, e acredito ter tido sensibilidade de deixar o casal à vontade e livre.

Tão bom é poder andar acompanhado...

De qualquer forma, agora estou melhor. Conversando comigo mesmo. Dando à luz os sentimentos, que agora já paridos poderão ser nutridos com minhas ideias, e eu vou carregá-los no colo como a mãe que amamenta e conhece o filho, tornando-me íntimo deles. E assim vou poder expressar esses sentimentos de forma bem resolvida e clara às pessoas envolvidas.

Sim, às vezes estamos cativos num tornado de almas, e o que precisamos é conversar conosco mesmos para extrair o que se passa no nosso inconsciente, como arqueólogos que descobrem vestígios de ossos e meticulosamente recuperam e conhecem toda a ossada oculta, seja ela como ela for.

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